Os drones de pulverização agrícola são equipamentos que podem ser utilizados para aplicar produtos fitossanitários em áreas de difícil acesso ou em manchas localizadas, aumentando a eficiência e a precisão do manejo fitossanitário. Neste texto, vamos abordar os potenciais, as vantagens e as desvantagens dessa tecnologia, bem como as informações sobre legislação, cursos necessários para operar, valores de equipamentos e áreas do Brasil que mais adotaram a tecnologia.
Potenciais dos drones de pulverização agrícola
Os drones têm o potencial de reduzir o consumo de água e de produtos fitossanitários, diminuindo os custos e os impactos ambientais da aplicação. Além disso, os drones podem aumentar a produtividade das lavouras, ao permitir um controle mais efetivo de pragas e doenças, especialmente em culturas perenes, como frutíferas e café.
Entretanto, também podem ser utilizados para realizar aplicações em áreas de risco, como encostas, margens de rios e lagos, ou em áreas onde o acesso de pulverizadores convencionais é inviável ou perigoso. Dessa forma, os drones podem contribuir para a segurança dos operadores e para a preservação dos recursos naturais.
Algumas das vantagens dos drones de pulverização agrícola são:
- Maior precisão na aplicação, evitando desperdícios e sobreposições;
- Maior uniformidade na distribuição das gotas, garantindo uma melhor cobertura das plantas;
- Maior penetração nas copas das árvores, alcançando partes que os pulverizadores convencionais não conseguem;
- Maior rapidez na aplicação, reduzindo o tempo de exposição dos produtos fitossanitários à luz solar e à evaporação;
- Maior flexibilidade na escolha do momento da aplicação, podendo aproveitar as condições climáticas mais favoráveis;
- Menor compactação do solo, evitando a perda de porosidade e a redução da infiltração de água;
- Menor risco de deriva, evitando a contaminação de áreas adjacentes ou de culturas sensíveis;
- Menor risco de intoxicação dos operadores, ao reduzir o contato direto com os produtos fitossanitários.
Desvantagens
- Alto custo de aquisição e manutenção dos equipamentos;
- Necessidade de treinamento específico e habilitação dos operadores;
- Necessidade de planejamento prévio e monitoramento constante das operações;
- Limitação da capacidade do tanque e da autonomia de voo dos drones;
- Dependência das condições meteorológicas para a realização das aplicações;
- Restrições legais e regulatórias para o uso dos drones.
Legislação
No Brasil, ainda não há uma legislação específica que regulamente o uso dos drones para pulverização agrícola. Porém, existem normas gerais que devem ser seguidas pelos operadores desses equipamentos, como:
- Respeitar as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que classifica os drones em três categorias (classe 1, classe 2 e classe 3), conforme o peso máximo de decolagem. Cada categoria tem exigências diferentes quanto ao registro, à identificação, à documentação e à habilitação dos operadores;
- Respeitar as regras do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que estabelece as áreas permitidas e proibidas para o voo dos drones, bem como os procedimentos para solicitar autorização prévia para voar em determinadas regiões;
- Respeitar as regras da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que determina que os equipamentos que utilizam radiofrequência devem ser homologados e certificados pela agência;
- Respeitar as regras do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que regulamenta o uso dos produtos fitossanitários e as boas práticas agrícolas.
Cursos necessários para operar drones de pulverização agrícola
Para operar drones de pulverização agrícola, é necessário ter conhecimentos teóricos e práticos sobre os equipamentos, os produtos fitossanitários, as culturas, as pragas e doenças, as condições climáticas, as normas legais e as medidas de segurança.
Existem cursos específicos para operar drones de pulverização agrícola, que abordam desde os conceitos básicos de aerodinâmica, eletrônica e mecânica dos drones, até as técnicas de calibração, programação, pilotagem e manutenção dos equipamentos. Além disso, os cursos também ensinam sobre os tipos de produtos fitossanitários, as formas de aplicação, os volumes de calda, as taxas de vazão, os tamanhos de gota, as velocidades de voo, as alturas de aplicação, os espaçamentos entre faixas e os intervalos entre aplicações.
Os cursos podem ser presenciais ou online, com carga horária variável. Alguns exemplos de cursos são:
- Curso de Operação de Drones para Pulverização Agrícola da XMobots;
- Curso de Drones para Pulverização Agrícola da Drone Visual;
- Curso de Drones para Pulverização Agrícola da Agrofly.
Valores de equipamentos de drones de pulverização agrícola
Os valores dos equipamentos de drones de pulverização agrícola variam conforme o modelo, a marca, a capacidade do tanque, a autonomia de voo, os recursos tecnológicos e os acessórios inclusos. Em geral, os preços podem variar entre R$ 50 mil e R$ 200 mil.
Alguns exemplos de equipamentos são:
- Drone Pulverizador Agras DJI T20: possui tanque de 20 litros, autonomia de voo de até 18 minutos, sistema inteligente de pulverização e custa cerca de R$ 120 mil;
- Drone Pulverizador Agras DJI T30: possui tanque de 40 litros, autonomia de voo de até 15 minutos, sistema revolucionário de direcionamento de ramos e custa cerca de R$ 200 mil;
- Drone Pulverizador Daxi 10A: possui tanque de 10 litros, autonomia de voo de até 15 minutos, sistema simples e robusto e custa cerca de R$ 50 mil;
- Drone Pulverizador Daxi 50A: possui tanque de 50 litros, autonomia de voo de até 20 minutos, sistema potente e versátil e custa cerca de R$ 150 mil.
Áreas do Brasil que mais adotaram a tecnologia dos drones de pulverização agrícola
As áreas do Brasil que mais adotaram a tecnologia dos drones de pulverização agrícola são aquelas que possuem culturas perenes, como frutíferas e café, ou culturas anuais em áreas montanhosas ou irregulares. Alguns exemplos são:
- Região Sul: destaque para o cultivo de maçãs no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina;
- Região Sudeste: destaque para o cultivo de café em Minas Gerais e no Espírito Santo;
- Região Nordeste: destaque para o cultivo de uvas e mangas no Vale do São Francisco;
- Região Centro-Oeste: destaque para o cultivo de algodão em Mato Grosso;
- Região Norte: destaque para o cultivo de cacau no Pará.
Referências
- https://blog.agrointeli.com.br/blog/drones-para-pulverizacao/
- https://www.dji.com/br/t30
- https://blog.nwdrones.com.br/melhores-drones-para-pulverizacao/