Como a inteligência artificial pode impactar o agronegócio no Brasil

O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira, responsável por cerca de 27,4% do PIB nacional em 2022 e por garantir a segurança alimentar de uma população crescente. No entanto, o setor enfrenta diversos desafios, como a escassez de recursos naturais, as mudanças climáticas, as pragas e doenças, a competitividade global e a demanda por qualidade e sustentabilidade.

Dessa forma, a inteligência artificial (IA) surge como uma aliada para aumentar a eficiência, a produtividade e a rentabilidade do agronegócio, além de reduzir os impactos ambientais. A IA é uma tecnologia que permite às máquinas aprenderem, raciocinarem, reconhecerem padrões, tomarem decisões e solucionarem problemas complexos, a partir da análise de grandes volumes de dados.

A IA pode ser aplicada em diversas etapas da cadeia produtiva do agronegócio, desde o planejamento até a comercialização. Algumas das principais vantagens da IA no setor são:

• Monitoramento e controle das condições climáticas, do solo e das culturas, por meio de sensores, drones, imagens de satélite e outros dispositivos, que fornecem informações em tempo real e permitem ajustes rápidos e precisos.
• Otimização do uso de insumos, como água, fertilizantes, defensivos e sementes, por meio de algoritmos que calculam as doses ideais para cada situação e reduzem o desperdício e a contaminação.
• Automatização de processos, como irrigação, plantio, colheita e transporte, por meio de máquinas autônomas ou conectadas, que executam as tarefas com maior rapidez e qualidade.
• Previsão de cenários futuros, como demanda, preços, produtividade e riscos, por meio de modelos estatísticos que utilizam dados históricos e atuais para gerar projeções confiáveis.
• Suporte à tomada de decisão, por meio de sistemas inteligentes que fornecem recomendações baseadas em evidências e auxiliam os produtores a escolherem as melhores alternativas.

No entanto, a IA também apresenta alguns desafios para o agronegócio, como:

• Acesso à infraestrutura tecnológica necessária para coletar, armazenar e processar os dados, especialmente em áreas remotas ou com baixa conectividade.
• Capacitação dos profissionais do setor para utilizar as ferramentas digitais disponíveis e interpretar os resultados gerados pela IA.
• Segurança dos dados coletados e gerados pela IA, que podem ser alvo de ataques cibernéticos ou uso indevido por terceiros.
• Ética no uso da IA, que deve respeitar os princípios de transparência, responsabilidade, privacidade e benefício social.

Algumas das principais empresas que trabalham com soluções de IA para o agronegócio no Brasil são:

• Tevec Inteligência Artificial: empresa que desenvolve soluções de modelagem matemática, algoritmos e simulações computacionais nas áreas de planejamento e logística do agronegócio.
• Agrosmart: empresa que utiliza sensores, drones e imagens de satélite para monitorar as condições climáticas e do solo em tempo real e recomendar as melhores práticas agrícolas.
• Strider: empresa que utiliza drones e imagens de satélite para identificar pragas e doenças nas lavouras e recomendar o uso racional de defensivos.
• Solinftec: empresa que utiliza sensores e dispositivos móveis para coletar dados das máquinas agrícolas e gerenciar as operações em campo.

O custo de implantação da IA no agronegócio depende de diversos fatores, como o tipo de solução escolhida, o tamanho da propriedade, o nível de automação desejado, a infraestrutura existente e o retorno esperado. Em geral, o investimento em IA pode variar de alguns milhares a alguns milhões de reais, mas tende a se pagar em pouco tempo, devido aos ganhos de eficiência e produtividade.

Bibliografia e referências: